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segunda-feira, 21 de maio de 2018

TODOS OS DIAS SÃO MEUS







Acabei de ler, de um fôlego, o livro “Todos os dias são meus” da autoria de Ana Saragoça, actriz, tradutora, escritora, mulher de sete ofícios, editado pela Planeta e digo de um fôlego porque a história, que se desenrola num prédio onde ocorreu um crime, escrita com grande mestria, nos empurra, página após página, para a necessidade de descobrir o culpado, o quanto antes. O ritmo é vertiginoso, todos contam a sua história com ironia fina, da porteira ao quadro da empresa, da namorada do engenheiro que deixa a polícia com calores aos gémeos hiper-activos, à excepção da vítima, num tom lento, terra a terra, apagado como toda a sua figura. Ficamos a saber quem foi o culpado umas páginas antes do fim, superiormente construído. Com prefácio de Mário de Carvalho, o livro sendo leve, tem argumentos de peso na forma como a autora nos revela o absoluto domínio com que brinca com as palavras. Dizem que é o primeiro romance. Aguardamos, com ansiedade, pelo segundo…

quinta-feira, 8 de junho de 2017

PUTIN, VLADIMIR


Vuitton loves Kusama


Putin: "Não sou uma mulher, portanto não tenho dias maus"

(Declarações proferidas pelo presidente russo no documentário The Putin Interviews, realizado por Oliver Stone.)

Bom... Eu tenho dias maus, logo, não sou Putin...


sexta-feira, 29 de abril de 2016

TODOS OS DIAS



Malika Favre - On the Draw - handsome Frank illustration agency







Contigo, a inocência nasce todos os dias, pela manhã...




domingo, 15 de julho de 2012

DORMIR




A estrada estendia-se à sua frente, lenta, vazia, a deixar-se tomar de curvas com o verão a esgueirar-se de fininho em final de tarde, breve, como breves eram as palavras e o tempo a amaciar a melancolia suspensa da certeza  milimétrica de que o céu era sempre azul e que à noite se enchia de estrelas. Os dias são o que fazemos deles, e ele sem jeito para domador, alinhando na inércia com que os deixava tomar o freio no vazio da consciência em exílio absoluto escondendo-se na desconcertante imutabilidade do mundo.
Adivinhava-lhe o cheiro gravado na pele,  os gestos, as mãos finas de dedos esguios a enrolar-lhe o cabelo  com carinho, insistência e outras coisas que o coração sussurrava  e o corpo não esquecia...
Sempre desprezara os caprichos do tempo, marcas, dores ou achaques da idade. Quase não dormia, dormir era morrer um pouco no travesseiro, sobrando-lhe, assim,tempo para recordar. Por isso naquele final de tarde pegara no carro para uma viagem sem sentido ou à procura dele. Prego a fundo, uma dose de amnésia e duas de desapego , cavaleiro do asfalto em demanda da rainha  sem saber onde desenbocava aquela harmonia, as luzes e os murmúrios que ouvia agora.
Afivelara um sorriso amarelo mal a vira. – És bela! Imaginava-te de capuz e segadeira… Não terás vindo cedo demais para me levar?
- Sou capaz!... Se calhar distraí-me, mas já que cá estou…
- Deixem passar! Afastem-se por favor! – Maqueiros e paramédicos furavam pela multidão para chegar com rapidez ao local do acidente.
 Sentia-lhe ainda o cheiro, as carícias e o beijo a escorregar até ao seu gosto… Entreabriu os olhos e apercebeu-se dos pontinhos brilhantes entretidos a acender o céu, estirou-se com dificudade entre o lençol apertado  e afundou a cabeça no travesseiro…